segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

O homem mais alto do mundo do Guinness Book

Esta manhã fui tomar café no Hotel onde estou no Cairo e quando fui pegar a comida no buffet um homem absurdamente alto estava pegando comida também. Com o canto do olho eu o mirei, procurando ser discreto, e ao mesmo tempo fiquei pensando qual seria a altura dele! Tomei o café da manhã e o cara estava numa mesa próxima a minha, e eu fiquei o observando. Eu não sabia quem ele era, o que fazia, mas decidi: resolvi ir até o meu quarto, pegar minha câmera e pedir a ele que tirasse uma foto comigo. Voltei ao restaurante e perguntei ao funcionário na porta se ele sabia quem era o homem, e fui informado que é o homem mais alto do mundo segundo o Guinness! Duvida? Então, veja a foto!!!

PS1: Para critério de comparação, tenho 1,85m de altura.

PS2: Apenas hoje, em março de 2012 é que descobri quem era o homem da foto. Seu nome é George Bell e foi considerado o homem mais alto do mundo até que perdeu o título para Igor Vovkovinskiy. Mais informações e fotos no site abaixo
http://www.thetallestman.com/georgebell.htm



domingo, 21 de dezembro de 2008

Chegada Triunfal IV - Estrada El Sultan - Akhetaton

Segue a primeira foto das montanhas ao leste de Akhetaton, de dentro da própria residência real do faraó Akhenaton. No período de 22 a 28 de outubro o sol nascia no meio das montanhas ao fundo, exatamente no meio destas duas colunas e também se punha entre elas. O local de Akhetaton foi escolhido por estar exatamente no centro do Egito como também pelas suas montanhas terem um formato semelhante ao próprio sol, quando vistas de cima. Além disso, durante uma semana do ano o sol nascia diretamente entre as montanhas, completamente alinhado com a própria casa real de Akhenaton.
Ao lado direito, o guia turístico que me acompanhou. Este homem nasceu e viveu sua vida inteira na própria cidade de Tell El Amarna. Ele não tem apenas um grande carinho por Akhenaton, quando ele fala, você sente que ele acredita nas palavras do Hino a Aton. Este homem é versado na história da cidade e sabe ler perfeitamente os hieroglifos. Este guia não conhece apenas muito sobre Akhetaton e Akhenaton, ele conhece também muito sobre si mesmo.

Mais fotos de Akhetaton ( Tell El Amarna) - Abaixo, a entrada da Tumba de Akhenaton e Nefertiti. Esclareço no entanto que embora pronta, jamais os corpos dos dois foram encontrados, tampouco vestígios que a tumba foi efetivamente usada.

Akhetaton ( Tell El Amarna) - Abaixo, nas montanhas existentes ao redor da cidade, uma estela com remanescentes da figura de Akhenaton e Nefertiti.
 Akhetaton ( Tell El Amarna) - Abaixo, vista da planície em que se encontrava a cidade de Akhetaton, vista das montanhas que a circundam. Ao fundo, na linha do horizonte, está o Rio Nilo. ( e eu na frente da foto...)
 Akhetaton ( Tell El Amarna) - placa com descrição do período de existência da cidade, a qual foi construída em tempo recorde no entanto não durou muito tempo, por motivos políticos.
 Akhetaton ( Tell El Amarna) - Abaixo, nas montanhas existentes ao redor da cidade, entrada de uma tumba. Simplesmente fantástico. Dentro dela, nas paredes, há um desenho de como era a cidade na época de seu auge. Infelizmente não pude tirar foto lá dentro pois era proibido, só com autorização. Se eu soubesse, teria pago o preço, que era caro, pois os desenhos que há ali dentro jamais encontrei em livro algum, tampouco na internet.
 Akhetaton ( Tell El Amarna) - Abaixo, placa na entrada da Tumba de Ay, onde internamente existe o Hino a Aton. Simplesmente maravilhoso.
  Akhetaton ( Tell El Amarna) - Abaixo, na entrada da Tumba de Ay, onde internamente existe o Hino a Aton. Simplesmente maravilhoso, junto com dois egípcios que me acompanharam.
  Akhetaton ( Tell El Amarna) - Abaixo, tijolo de adobe do palácio de Akhenaton. Na verdade toda a cidade foi construída com estes tijolos, razão pela qual conseguiu ser erigida em tempo recorde.
  Akhetaton ( Tell El Amarna) - Restos da cidade.


Caso você se interesse pela história de Akhetaton, assim como Akhenaton, sugiro que leia o meu livro, chamado Brasília Egípcia.
Abaixo, um link com a sinopse do livro e a orelha do livro:

Sinopse e Orelha do Livro

Abaixo o link caso deseje comprá-lo online:

Site Livraria Cultura


chegada Triunfal Parte III

O caminho de Mynia a Akhetaton foi um pouco longo, uma pequena viagem, onde pude tirar várias fotos interessantes do interior do país, conforme abaixo. O Egito realmente é um país interessante, embora obviamente, você tenha que abstrair algumas coisas e pensar apenas na experiência cultural.

Postando estas fotos aqui até me lembrei de uma frase do Joãozinho Trinta, que é simplesmente fantástica: " Quem gosta de pobreza é intelectual, porque pobre gosta mesmo é de luxo". Apenas para avisá-los, era o que eu tinha para fotografar no caminho ok...? Enfim, chegamos ao Rio Nilo e atravessamos de ferry-boat para a outra margem onde conheci o guia que me levaria até as tumbas de Akhenaton e Nefertiti, assim como a de Ay e de Merirá, também conhecido como Merari. Aproveitamos e demos carona para mais um homem que ficou pendurado para fora do carro, com a porta do passageiro ao lado do motorista semi- aberta, conforme abaixo. E se você for detalhista, procure, porque também apareço na foto, mesmo que em dimensões reduzidas.


Chegada Triunfal - parte II

Esperei por muitas horas dentro da panificadora e assim como anteriormente, os egípcios que trabalhavam ali me trataram muito bem. Se fosse no Antigo Egito, eu diria que me deram o tratamento digno da casa do Faraó. Perguntaram para mim se eu gostava de um negócio, que não me lembro o nome, e eu disse que sim. E eles trouxeram, e era algo que eu nunca havia visto na vida, conforme foto abaixo.Tinha quatro partes e eu comi duas, estava bom, só não consegui comer mais porque afinal, comi vários tipos de pães e confeitos a madrugada inteira.



Como estava combinado que o homem da agência de turismo me pegaria ali entre 07:30 e 08:00 fiquei aguardando o horário porém nada. E nesta história de aguardar ligamos para o Cairo e o homem disse que era para aguardarmos ali. Porém ninguém aparecia. Os egípcios de el Mynia, local da panificadora, ligaram para os telefones de El Mynia, porém dizia que os mesmos não existiam. Enfim, na pior das hipóteses eu visitaria Akhetaton por mim mesmo ou tomaria o ônibus de volta para o Cairo. Os piás da panificadora decidiram me levar atá a agência de turismo, e fomos. Quando chegamos lá, felizmente o lugar existia mas estava fechado. Ligamos para os números de volta e não havia ninguém, ou melhor, os números não existiam. A solução foi esperar até que a agência, conforme na foto, abrisse.

Felizmente o homem que estávamos procurando apareceu e então após um curto papo descobri uma sequência de erros que a agência no Cairo havia feito e que eu também havia desembarcado no local errado.
Primeiramente me desembarcaram na garagem dos ônibus, e é por isso que o local era tão estranho, quando na verdade existia sim uma rodoviária no local, bastante simples. Segundo, o homem no Cairo deu dois telefones errados para mim e por isso eu não conseguia falar com o homem em El Mynia. Além disso o homem da agência no Cairo disse que eu chegaria às 08:00 da manhã e meu ônibus chegou as 04:00. Na agência em Mynia, descobriram que o ônibus havia chegado porém eu não estava lá dentro. Enfim, eu esperei umas 4 horas na panificadora e em El Mynia me esperaram por uma hora e meia na pequena rodoviária. Mas no final deu tudo certo e então após combinarmos com um taxista rumamos em direção à Akhetaton.Justificar

segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

Lambada, você gosta?

Aqui no Egito tem!


Assim como o McArabia, muito bom mesmo!


E o Victory Cola...

A chegada triunfal

Haviam me dito que o ônibus chegaria às 7 ou 07:30 da manhã. Bem, aqui começa a sucessão de maus entendidos. Foi justamente às 04:00 da manhã, em ponto que o ônibus chegou em El Mínia. E obviamente não havia ninguém me esperando. Se a rodoviária no Cairo parecia um feirão à céu aberto esta parecia simplesmente uma mera rua. Se no Cairo era daquele jeito, aqui eu deveria esperar o mesmo. Tive que ter fé para acreditar que estava em Mínia, afinal, nada, nenhuma placa dava o indicativo da cidade. Abaixo, a foto de onde o ônibus me deixou.


Tão logo o ônibus me deixou eu pensei: já que não terá ninguém para me pegar eu vou até uma loja de frutas aberta, ( à esquerda da foto) e espero umas 3 ou 4 horas lá. Bem, minha presença no local não iria passar tão despercebida quando eu imaginava. Nem um minuto havia se passado eu fui cercado por um bando de uns 20 egípcios. Mas claro, todos queriam ajudar. Nada do tipo mal encarados. Mas nenhum deles falava inglês. Foi então que pude usar efetivamente o meu pobre árabe, que estava mais para miserável do que pobre. Usando todo meu árabe falei: ( mostro agora fonetivamente o que pronunciei)

" Ana le atakalam el arabi. Ana Batakalan el lorra el portuguis, li inglis uil spanhol"
( Eu não falo árabe, eu falo os idiomas português, inglês e espanhol)

Enfim, o bando de homens falava ao mesmo tempo e tentavam se comunicar e me ajudar mas ninguém falava inglês até que uns 5 minutos depois apareceu um rapaz que arranhava no inglês. Eu mostrei então vários papéis de tinha. Um era o cartão de visita do homem no Cairo que tinha me vendido o " pacote". Ligararam para o homem e falaram um tempo com ele até que passaram o fone para mim e ele me disse: Carlos, não saia daí. Espere até amanhecer e uma pessoa irá te buscar. Eu concordei.
Mas logo em seguida chegou a polícia, vindo não sei de onde, e queria me levar. Era a polícia de turistas, veio para ajudar. Eu disse que poderia ficar ali sem problemas e que estava bem. No fundo eu não acreditava que ele era um policial, afinal, não vestia uniforme nenm credenciais. ele pediu para ver o meu passaporte, mas eu disse que não tinha. E não tinha mesmo! Antes de sair do Cairo eu pensei: deixarei o passaporte aqui e vou para lá sem. Se acontecer alguma coisa e eu for deportado pelo menos sou deportado do Cairo e lá eu passo no Hotel e pego o passaporte. Agora se eu levar o passaporte e me levarem eu não consigo nem sair do Egito. Melhor viajar sem. E viajei mesmo, apenas com minha carteira de motorista do Brasil. Depois de afirmar enfaticamente que não iria sair dali o policial disse que eu não precisava me preocupar que ele era mesmo um policial. Em seguida levantou a blusa e mostrou o revólver. Eu disse mesmo assim que iria ficar ali que o homem da agência de viagem havia me dito que era para ficar ali e que eu estava bem. Isto tudo ao meio de 20 egípcios falando alto, tentando ajudar, às vezes rindo e dando gargalhadas. Enfim, era como um verdadeiro alienígena tivesse caído com sua nave no meio do Egito. Eu disse que ficaria ali na banca de frutas até que três jovens se ofereceram para que eu entrasse e ficasse na panificadora, que estava ali na frente e eu não havia visto. Era madrugada e eles trabalhavam com a porta aberta. Havia uma banqueta bastante confortável e eles me acomodaram ali. E me trataram muito bem. O rapaz que sabia falar inglês foi embora e ficaram apenas dois rapazes que só falavam árabe. Depois de uma hora chegou um terceiro que falava inglês até que bem. Conversamos um pouco. Era estudante de direito do segundo ano. Foi então que contei que era do B-a-r-a-s-i-l.
Fez diferença. Os outros dois árabes começaram a se comunicar comigo através de palavras chave. Pelé. Rivaldo. Cacá. Adriano. Ronaldino ( sim, eles não pronunciam o nh). E eu respondi foneticamente falando " Naám" que significa sim. Além disso cada pessoa que vinha comprar pão e me olhava ali atrás do balcão perguntava quem eu era. Eles explicavam e as pessoas pediam para tirar foto. O pessoal da panificadora me tratou muito bem e ficavam me dando pão o tempo inteiro. As pessoas que chegavam pediam para tirar foto e fazer Poses. por exemplo, pediam para eu colocar um pão da boca e fazer que estava mordendo o pão da panificadora e tiravam fotos. Eu fazia, todo simpático. Bem, foi o meu segundo dia de celebridade. O primeiro conto depois. E foi assim que passei as minhas próximas quatro horas. Felizmente estava sem sono porque havia dormido antes no hotel. Pedi então para tirar uma foto deles, que prontamente atenderam de bom grado. As horas foram passando e eu fui tirando mais e mais fotos. Algumas abaixo.


Enfim, foi muito bom ficar ali e pude conhecer egípcios mais simples, fora do meio turístico do Cairo. Pessoa de boa índole e muito, muito solícitos. Fiquei com dor no coração de ter falado tão mal do Egito. Fui muito radical quando estava brabo e naturalmente, radicalismo não leva a nada. Mas a noite ainda era uma criança. A sucessão de maus entendidos continuou.

Um festival de sons

O ônibus por si só poderia fazer parte de algum grupo musical que produz sons através de instrumentos alternativos. Os vidros batiam. O metal rangia. O ônibus por si só produzia diversos sons. Haviam poucas pessoas viajando, umas 5 apenas. Felizmente um moço que veio pedir o bilhete disse que falava inglês e falou que iria me avisar o local certo para descer. Segundo havia no bilhete era na estação de El Mínia. Feliz da vida e com um sorriso nos lábios me pus a escrever. E é o que escrevi que vou agora passar para o blog.

" Eu mal acredito que finalmente estou indo visitar Akhetaton. É um dos pontos altos de minha viagem e poderia dizer sem medo que é o seu clímax. Se eu não tivesse vindo para cá seria sido uma decepção. Vim até uma estação chamada Abud. Eu me assustei quando a vi. Sem cobertura. É o mais próximo que me lembra um feirão de usados de ônibus em um campo aberto e sujo. O ônibus só não é mais velho do que um ônibus que viajei na Polônia quando fui a Katowice. Ele não tem banheiro. É preciso de fé para acreditar que estou indo para o local correto. Estou mais do que nunca nas mãos de Deus. Todos falam árabe e apenas um rapaz arranha o inglês e disse que irá me ajudar. O Cairo parece menos caótico a esta hora da manhã. Pela noite até fica bonito.O ônibus que me encontro me faz lembrar que sou um pé rapado em férias. As janelas tremem. Meu espírito aventureiro e mochileiro me diz que estou no caminho certo e da forma mais interessante, em contato com o povo de Egito. E pela primeira vez desde o início da viagem sorrio continuamente, sentado junto à minha mochila cheia de junkie food do frigobar do Conrad. Que contraste. A dica foi de um homem que bati papo na recepção dizendo que era melhor me munir de comidas que não me trariam nenhuma ameaça à saúde. O Sol me espera em Akhetaton para relembrar os velhos tempos e andar pela El Sultan. Pude usar meu árabe, porém pena que esqueci a listinha principal no hotel. Mas o principal eu sei e vai me ser útil. Enquanto olhava o deserto e o céu límpido vi uma estrela cadente. Acho que a última vez que havia visto uma foi na época da infância, depois nunca mais. A gente cresce e fica sem tempo para olhar para o céu. "

E assim fui, empolgadíssimo, passando um pouco de frio confesso, mesmo com uma blusa de lã, uma jaqueta de couro e gorro. Depois de um tempo fiquei me perguntando: como podem estas pessoas viajarem durante 7 horas num ônibus sem banheiro? Minha resposta foi dada quando o ônibus parou no meio do caminho e vários homens começaram a saír do ônibus. Eu achei estranho pois não havia cidade e fui olhar e todos estavam lado a lado, urinando, e um estava dde cócoras no meio da areia, uns passos à frente. Enfim, aproveitei a descida, mas desta vez, obrigado Deus, só precisava urinar. Rapidamente todos terminaram e foram voltando ao ônibus, assim também como eu, feliz, rumo a Akhetaton.

sábado, 13 de dezembro de 2008

Igreja Copta em Cairo

Não era um sonho, mas foi muito interessante. Acidentalmente assisti a uma missa da igreja copta de São Sérgio no Cairo, também conhecida como Sagrada Família. Era proibido tirar fotos. Bem... eu tenho que assumir que acidentalmente a minha máquina acabou tirando algumas fotos sem que eu percebesse... :) Deve ser algum módulo automático que eu não conhecia. Foi interessante observar o comportamento das pessoas enquanto assistiam à missa. Geralmente eu me divirto mais observando os outros do que participando, e não foi exceção. As pessoas chegavam, passavam a mão na santa da foto e em seguida beijavam sua própria mão e em seguida entravam. Aliás, as mulheres usavam véu e geralmente havia um desenho de Maria no tecido. Ali dentro, ninguém parecia realmente estar desfrutando da missa. Uns bocejavam, outros conversavam e riam e alguns até dormiam durante a missa. Outros ficavam olhando para todos os lados, menos para o sacerdote. Os homens circulavam na igreja segurando os bebês. Foi interessante porque em todos os casais sempre era o homem que segurava o bebê. Um padrão? Não sei. Durante as músicas ninguém cantava junto. O sacerdote cantava sozinho. Como em qualquer lugar do mundo um celular tocou bem no meio da missa. É a modernidade chegando na igreja copta. Não apenas através dos telemóveis, como se diz em Portugal, mas também através das roupas. Uma mulher com sacola do Starbucks e com tênis da Nike assistia atentamente à missa.
Dizem que pouco restou da velha estrutura do que é a primeira igreja cristã do Cairo. Ela possui doze colunas representando os doze apóstolos. E também tem diversos quadros. O mais interessante é o quadro 141 G, que fica do lado direito. Mostra Jesus sendo enterrado e depois resurreto. Eu não deveria, mas desta vez conscientemente tirei uma foto sem flash deste quadro que não apenas chamou minha atenção, como também estará no meu livro, representado através de um desenho. 141 G. Guardem este número.